domingo, 13 de março de 2011

Olha "O cara" ai de novo!

sexta-feira, 11 de março de 2011


Lula vai receber prêmio Mikhail Gorbachev.Lula 'foi eleito por mudar o mundo no início do século XXI ao dirigir o renascimento do Brasil'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vocalista do U2, Bono, e o cineasta americano Steven Spielberg, são alguns dos nove homenageados com o Prêmio Mikhail Gorbachev em sua primeira edição, conforme anunciou nesta quinta-feira, 10, o último dirigente soviético.

Lula, que deixou o cargo em janeiro passado, receberá o prêmio em uma das três categorias do prêmio, criado pela Fundação Gorbachev pelo 80º aniversário do ex-líder soviético, no dia 2 de março, segundo informaram as agências russas.

Na categoria Perestroika (Reconstrução), Pela contribuição ao desenvolvimento da civilização global, receberão o prêmio Lula; o cientista britânico Tim Berners-Lee, considerado o precursor da internet, e o empresário americano Martin Cooper, criador do telefone celular.

Lula, considerado o homem mais influente do mundo pela revista Time em 2010, foi eleito por mudar o mundo no início do século XXI ao dirigir o renascimento de seu país.

Bono, Spielberg e o fundador do canal de notícias CNN, o americano Ted Turner, são os três vencedores do prêmio Glasnost (Transparência), adjudicado pela contribuição ao desenvolvimento da cultura em um mundo aberto.

Finalmente, o cientista e empresário americano de origem russa Sergey Brin, um dos fundadores da gigante Google; o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas e o engenheiro queniano Evans Wadongo, criador de lâmpadas solares para os pobres, obtêm o prêmio na categoria Uskorenie (Aceleração) pela contribuição ao desenvolvimento da ciência e tecnologia modernas.

Gorbachev, que anunciou os nomes durante uma cerimônia na residência do embaixador britânico em Moscou, explicou que a entrega dos prêmios será realizada no dia 30 de março no Royal Albert Hall em Londres.Agência Efe

domingo, 19 de setembro de 2010

SERRA É O HOMEM DA CIA NO BRASIL ?

O Serra deveria aproveitar o espaço do horário eleitoral para esclarecer algumas duvidas sobre o período em que esteve no Chile: O diploma de economista que ele diz ter, e ninguém viu, é o menor dos problemas; mais serio: é o fato dele ter sido preso, levado para o estádio de Santiago do Chile e ter saído de lá sem ser molestado, enquanto centenas de pessoas foram torturadas e mortas no estádio naqueles dias. Ele fez algum acordo com o exército de Pinochet ou com a CIA? Ele entregou outros exilados à sanha dos milicos? Transformou-se em informante? Como explicar que mesmo tendo a sua  esposa sobrenome Allende, saiu do Chile tranquilamente, e foi justamente para os EUA, país que estava por traz do golpe contra Salvador Allende? Quem pagou seus estudos em universidade americana?  Acho que o Serra é outra versão do “Cabo Anselmo”.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Câmara reforça a acusação das centrais contra Serra. Ele não criou nem o FAT, nem o Seguro-Desemprego

Candidato afirma que, sob Lula, a CUT virou ‘superpelega’

Central aconselha tucano a se preparar para desemprego

Josias de Souza – Blog da Folha
Aliado do presidenciável tucano José Serra, o PPS endereçou ofício ao Cedi (Centro de Documentação e Informação da Câmara).

Pediu informações sobre a participação de Serra no processo legislativo que resultou na regulamentação do seguro-desemprego e na criação do FAT.

Na resposta ao PPS, divulgada nesta quarta (14), o Cedi informou:

1. Serra foi “autor de emendas ao dispositivo que resultou no artigo 239 da Constituição Federal”.

Dito de outro modo: à época em que era deputado Constituinte, Serra não propôs o artigo 239, mas apresentou emendas.

O que diz o artigo 239? Destina a arrecadação do PIS (Programa de Integração Social) ao financiamento do seguro-desemprego.

O documento da Câmara não esmiúça o teor das emendas apresentadas por Serra.

2. De resto, o texto do Centro de Documentação da Câmara anota que Serra “foi o autor do projeto de lei 2.250, de 1989.

Acrescenta que a proposta de Serra “tramitou conjuntamente com o projeto de lei 991”, que o então deputado Jorge Uequed (PMDB-RS) apresentara em 1988.

Os dois projetos, o de Serra e o anterior, de Uequed, tratam da regulamentação do seguro-desemprego e da criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Munido desses dados, o PPS apressou-se em veicular na web notícia com o seguinte título: “Câmara confirma que Serra ajudou a criar o FAT e o seguro desemprego”.

O texto reproduz a íntegra da resposta que o partido recebera do Cedi, o setor administra a “memória” da Câmara.

De fato, numa leitura apressada, a resposta do Cedi conduz à conclusão veiculada pelo PPS. Afinal, o deputado Serra fora autor de “emendas” e de um “projeto”.

O problema é que o documento do centro de documentação da Câmara remete para dois links.

Um traz o detalhamento da tramitação do projeto de Serra (aqui). Outro refaz o caminho da proposta de Uequed (aqui).

Em ambos há uma anotação que corrobora a acusação que, em manifesto, cinco centrais sindicais haviam dirigido a Serra.

Embora tenha sido “apensado” à proposição de Uequed (991/88), o projeto de Serra (2.250/89) foi “prejudicado pela aprovação” do primeiro.

O que disseram as centrais no documento anti-Serra? Que ele “mente” ao dizer que criou o FAT e tirou do papel o seguro-desemprego.

“Não fez nem uma coisa nem outra”, atacaram as cinco máquinas sindicais que apoiam a petista Dilma Rousseff: CUT, Força Sindical, CGBT, CTB e Nova Central.

O seguro-desemprego, anotaram as centrais, é obra da presidência de José Sarney. Criado e regulamentado em 1986, passou a “ser concedido imediatamente aos trabalhadores”.

Sobre o FAT, as centrais escreveram: “Foi criado pelo projeto de lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed”.

Acrescentam: “Um ano depois, Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara”.

Ou seja, o ataque dos sindicalistas a Serra reproduz, nesse tópico, os dados que o Centro de Documentação da Câmara repassou ao PPS.

Alheio às informações oficiais, Serra escalou em direção à CUT, braço sindical do PT. Dedicou à entidade um vocábulo que nenhum sindicalista gosta de ouvir: Pelego.

Deu-se nesta quarta (14), num evento em que a UGT (União Geral dos Trabalhadores) repassou ao candidato suas propostas para o futuro governo.

Serra disse que, sob FHC, a CUT “era uma entidade sindical anti-pelega”. Depois que Lula chegou ao poder, tornou-se “uma entidade super-pelega”.

Em resposta pendurada na página da CUT na internet, o presidente da central, o petista Artur Henrique, reagiu em timbre acerbo.

Disse que “as declarações de Serra demonstram desequilíbrio”. Tachou-as de “tolas” e “deselegantes”. E aconselhou o tucano a se preparar para o desemprego:

“Esperamos que o candidato, no futuro próximo, saiba administrar [...] pelo menos o seu seguro-desemprego, que ele diz falsamente ser sua criação”.

À noite, no Rio, Serra voltou a pegar em lanças. Num encontro com artistas e intelectuais, disse que se instalou no Brasil uma “República Sindicalista“.

Começa a produção comercial do pré-sal

Operação vai ocorrer no campo de Baleia Franca, no litoral capixaba, que até o fim do ano vai produzir 40 mil barris de óleo por dia
http://www.blogmercante.com/wp-uploads/2010/03/FPSO-capixaba_Low-Res.jpg
Plataforma FPSO Capixaba começa a exploração comercial do pré-sal

Nicola Pamplona enviado especial / Vitória – O Estado de S.Paulo

A Petrobrás inicia hoje a primeira produção comercial de petróleo do pré-sal brasileiro, no campo de Baleia Franca, no litoral capixaba. A produção será feita por meio da plataforma FPSO Capixaba, que até o fim do ano produzirá, no pré-sal, 40 mil barris por dia. O projeto faz parte de um programa de investimentos que deve elevar a produção capixaba a 400 mil barris de petróleo por dia em 2015, duplicando o volume atual.
Desse total, 60% virão de campos do pós-sal e o restante, do pré-sal, explicou o gerente executivo da unidade de operações da Petrobrás no Espírito Santo, Robério Silva. O Estado tem outros dois polos de produção, um em terra, na divisa com a Bahia, e outro no litoral norte, onde estão os campos de Golfinho e Camarupim. Silva diz que a empresa tem esperança de encontrar reservas abaixo do sal no litoral norte, que hoje está fora da área delimitada pelo governo como pré-sal.
O campo de Baleia Franca está oficialmente na Bacia de Campos, mas em frente ao litoral capixaba, e faz parte da província petrolífera batizada de Parque das Baleias. Foi lá que a Petrobrás iniciou os testes de produção do pré-sal, por meio da plataforma P-34, no campo de Jubarte. A operação, no entanto, é encarada como um teste pela Petrobrás. “A P-57 é o primeiro projeto de produção do pré-sal em escala comercial no País, já desenhado a partir dos testes de produção anteriores”, comentou Silva.
A FPSO Capixaba receberá ainda poços do campo de Cachalote, na mesma região, que tem reservas entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de barris no pré-sal. A unidade deve atingir sua capacidade máxima de 100 mil barris por dia ainda este ano. Metade da produção virá de reservatórios abaixo da camada de sal. O gás será escoado para unidade de tratamento no município de Anchieta.
O Parque das Baleias recebe ainda este ano a plataforma P-57, em obras no estaleiro Brasfels, de Angra dos Reis. Com capacidade de 180 mil barris por dia, a unidade vai produzir apenas óleo do pós-sal. A província receberá ainda as plataformas Cidade de Anchieta, no campo de Baleia Azul, em 2012, e P-58, na porção norte da província, em 2014. A plataforma P-34, que está hoje em Jubarte, será deslocada em 2015 para produzir óleo do pós-sal de Baleia Azul.
O Parque das Baleias fica no extremo norte da região delimitada pelo governo como área do pré-sal, que vai de Santa Catarina ao litoral sul capixaba. Ao lado da concessão, estão descobertas do pré-sal da Shell, em província conhecida como Parque das Conchas, e da americana Anadarko, conhecida como Wahoo. Silva disse que a estatal ainda não perfurou poços de pré-sal mais ao norte, já na Bacia do Espírito Santo, mas pretende fazê-lo para testar a existência de pré-sal.
GÁS. O gerente da Petrobrás para o Espírito Santo informou que a empresa vem retomando a produção de gás no Estado, que ficou em marcha lenta por causa da baixa demanda pelo combustível após a crise econômica.
Hoje, a produção está em torno de 5 milhões de metros cúbicos por dia, parte desse volume exportada para o Nordeste por meio do Gasoduto Sudeste Nordeste, inaugurado este ano. A companhia fez nova descoberta de gás no norte do Estado, próxima ao campo de Camarupim Norte, em área onde tem parceria com a americana Unocal.


Desenvolvimento é mais veloz no ES que na Bacia de Santos

Ritmo tem relação com ‘facilidades’ encontradas no Estado, onde o pré-sal é menos profundo e mais próximo do continente

Nicola Pamplona – O Estado de S.Paulo

A velocidade no desenvolvimento das reservas do pré-sal no Espírito Santo, maior do que a verificada no polo de Tupi, na Bacia de Santos, tem relação com as facilidades encontradas no litoral capixaba, na comparação com a região onde estão as maiores reservas brasileiras de petróleo.
O pré-sal do Espírito Santo está mais próximo do continente (a cerca de 80 quilômetros, contra os mais de 300 quilômetros de Tupi) e fica a profundidades menores (1,5 mil metros, contra mais de 2 mil metros). Além disso, a camada de sal no Parque das Baleias tem espessura média de 200 metros, dez vezes menor do que a de Tupi, o que facilita as perfurações no local.
Outra vantagem, lembrou o gerente executivo da unidade de operações da Petrobrás para o Espírito Santo, Robério Silva, é o menor teor de gás carbônico no pré-sal capixaba. O teor de gás carbônico está em torno dos 5%, contra 12% a 20% em Tupi. A alta quantidade do gás tóxico na Bacia de Santos obrigará a empresa a perfurar poços para reinjetar o gás nos reservatórios.
Foi no Espírito Santo o primeiro teste de longa duração do pré-sal brasileiro, no campo de Jubarte, iniciado em setembro de 2006. O teste de Tupi, por sua vez, foi iniciado em maio de 2009. A região produtora da Bacia de Santos receberá sua primeira produção comercial em dezembro, por meio da plataforma-piloto de Tupi, com capacidade para 100 mil barris por dia.
De todo modo, o pré-sal do Parque das Baleias vai produzir algo em torno de 160 mil barris de petróleo por dia em 2014. Já na Bacia de Santos, segundo o planejamento estratégico da Petrobrás, o pré-sal terá capacidade instalada de 340 mil barris por dia, além dos testes de longa duração previstos para as descobertas da região.

domingo, 20 de junho de 2010

Só o Luiz Estevão suportava a Heloísa Helena



Candidato do PSOL pede saída de Heloisa Helena do comando do partido
UOL - MÁRCIO FALCÃO - DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, reagiu nesta sexta-feira às declarações da presidente de seu partido, Heloísa Helena, atual vereadora em Maceió, com elogios à presidenciável do PV, Marina Silva.

Plínio disse que Heloisa Helena se especializa em causar constrangimentos ao partido e que se a vereadora declarar apoio a Marina, não pode permanecer no comando do partido.

O pré-candidato do PSOL disse que a direção da legenda deve precisa discutir a fala de Heloisa Helena.

"Se Heloísa tiver declarado apoiar outra candidatura, não pode seguir na presidência do PSOL por não defender a política do partido. A direção nacional se reunirá para discutir as declarações atribuídas a Heloísa Helena, que se especializa em criar constrangimentos ao PSOL", afirmou Plínio, em seu twitter.

Heloisa Helena lançou hoje sua candidatura ao Senado na convenção estadual do partido. Em seu discurso, a vereadora disse que Marina é a candidata do seu coração.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mais informação sobre o apartamento em Paris

"O apartamento da Avenue Foch, região nobre (e cara) de Paris, onde Ruth e Fernando Henrique Cardoso estão passando férias, não era de propriedade de Maria do Carmo e Roberto Abreu Sodré, conforme se anunciou.
Teria sido comprado, há anos, por Sérgio Motta, em sociedade com FHC.

Mais recentemente, o ex-presidente teria feito uma nova escritura, endossada por Wilma Motta, viúva do ministro das Comunicações do governo tucano (semelhante a que foi feita na fazenda Córrego da Ponte), passando para o amigo e sócio Jovelino Mineiro." 


Comentário:
A impressão que dá é que o Jovelino Mineiro é testa de ferro da sociedade Fernando Henrique/ Sérgio Motta.

O apartamento em Paris que FHC diz não ser dele

Folha de S. Paulo, 12 de janeiro de 2003. Página A7, Coluna de Janio de Freitas

O endereço


Data imprecisada, ou imprecisável, e não recente. Fernando Henrique Cardoso, no uso de toda a simpatia possível, discorre para os comensais suas apreciações sobre fatos diversos e pessoas várias. De repente, intervém a mulher de um brasileiro renomado, há muito tempo é figura internacional de justo prestígio, ministro mais de uma vez, com importantes livros e ensaios. Moradores íntimos de Paris por longos períodos, mas não só por vontade própria, consta que nela nada restringe a franqueza. Se alguém na conversa desconhecia a peculiaridade, ali testemunhou um motivo para não esquecê-la:

Pois é, mas nós sabemos do apartamento que Sérgio Motta e você compraram na Avenue Foch.

Congelamento total dos convivas. Fernando Henrique é quem o quebra, afinal. Apenas para se levantar e afastar-se. Cara fechada, lívido, nenhuma resposta verbal. A bela Avenue Foch, seus imensos apartamentos entre os preços mais altos do mundo, luxo predileto dos embaixadores de países subdesenvolvidos, refúgio certo dos Idi Amim Dada, dos Bokassa, dos Farouk e, ainda, de velhos aristocratas europeus. Avenue Foch, onde a família Fernando Henrique Cardoso está instalada. No apartamento emprestado, é a informação posta no noticiário, pelo amigo que passou a figurar na sociedade da fazenda também comprada por Sérgio Motta e Fernando Henrique Cardoso, em Buritis. Avenue Foch, é ela que traz de volta comentários sobre a historieta, indagações de sua autenticidade ou não, curiosidade em torno do que digam outros possíveis comensais.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

LULA GANHOU - Ricardo Noblat 14 06 10


O Ricardo Noblat Delgado vai ser contratado pela campanha da DILMA  como estrategista da campanhaSua idéia de não ir a debate e administrar a vantagem é perfeita.
Galvão
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A primeira fase da sucessão de Lula acabou no último fim de semana com a indicação de José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva para candidatos do PSDB, do PT, do PV e demais partidos coligados. A segunda e última fase deverá ter seu desfecho no dia 3 de outubro, data da eleição. Quem ganhou a primeira? Dilma, claro. Quero dizer: Lula.

Que presidente da República seria tão atrevido a ponto de antecipar a escolha de seu candidato em mais de um ano e afrontar a lei durante todo esse período fazendo propaganda direta ou indireta dele? Não foi apenas a popularidade recorde de Lula que o levou a se comportar assim. Foi também sua formação.

Como líder sindical, aprendeu a tirar vantagem em tudo, mesmo em negociações destinadas ao fracasso. Aprendeu a correr riscos. E a ganhar ou perder mandando às favas todos os escrúpulos. Como único patrocinador da candidatura de Dilma, ele decidiu testar os limites da Justiça Eleitoral.

Ou ele saía cedo por aí, com Dilma debaixo do braço, apresentando-a como a mãe das principais realizações do seu governo, executiva exemplar e apta a dar continuidade à sua obra, ou não teria chances de emplacá-la como candidata — nem fora dos partidos nem dentro. Pagou para ver se a Justiça barraria seus passos. A Justiça comeu mosca.

Lorota a história de que Lula não dispunha de outros nomes para sucedê-lo depois da queda de José Dirceu da Casa Civil e de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda. Patrus Ananias, por exemplo, foi o ministro do Bolsa Família. É mineiro como Dilma. E tem votos. Assim como Tarso Genro, Marta Suplicy e Aloizio Mercadante.

Mas Lula preferiu Dilma, uma petista recente sem experiência eleitoral. Primeiro porque ela é mulher — e tal condição poderá ser vista com simpatia pelos brasileiros. Segundo porque Dilma demonstrou irrestrita fidelidade a ele. E terceiro porque se ela vencer, Deus e o mundo atribuirão a vitória a Lula, unicamente a ele.

Se Dilma perder... Bem, a culpa será dela. E uma derrota facilitaria o retorno de Lula daqui a quatro anos. Hoje, parece improvável que perca. É o que admitem (em segredo) oito entre cada 10 políticos de todos os partidos. Jamais um candidato a presidente contou com cabo eleitoral tão forte e disposto e com uma conjuntura tão favorável. Em conversa com amigos, Lula confidencia coisas do tipo: “Quero somente ver se o Serra tem sangue de barata. Só se tiver para não reagir às provocações que lhe farei”. Ou então: “Eu me empenharei em eleger Dilma de uma forma como nunca fiz nem para mim mesmo”. Ou ainda: “Eleger Dilma é uma questão de honra para mim”.

O grau de felicidade dos brasileiros está em alta. Lula tem sido feliz na venda da ideia de que é o único inventor do País da bonança. Entre 2002 e este ano, o salário mínimo pulou de US$ 80 para US$ 280, o Produto Interno Bruto (PIB) foi de US$ 500 bilhões para US$ 1 trilhão, e 30 milhões de pobres ascenderam à classe média.

Somente um imprevisto, um clamoroso erro ou sucessivos erros de pequeno e médio porte serão capazes de imprimir um novo rumo a uma eleição com toda a pinta de que acabou antes de começar para valer. Erros podem ser evitados poupando-se Dilma de protagonizar situações que escapem ao controle dos seus atentos guias.

Nada de se expor em debates — pelo menos até que se distancie de Serra nas pesquisas de intenção de voto. Caso isso ocorra, comparecer a debates para quê? Nada de entrevistas a não ser para veículos confiáveis e jornalistas preocupados antes de tudo com fontes de informações a serem abertas no próximo governo.

O mais recomendável seria que Dilma se reservasse para brilhar nos comerciais e programas de propaganda eleitoral de campanha. Ainda assim como uma espécie de segundo sol. Se ela se limitar a exaltar Lula e a ser exaltada por ele, e defender vagas ideias consensuais, só perderá se o destino lhe for ingrato. Presidência é destino. 

domingo, 13 de junho de 2010

Serra, Bolívia e Irã: segurança para quem?



Como avaliar a extensão e a profundidade da preocupação do ex-ministro José Serra para com a segurança nacional se, quando ministro de FHC, participou desta espantosa política de desarmamento unilateral que é como pode ser chamada a desnacionalização da Embratel e a entrega de informações militares e governamentais brasileiras para o controle de um consórcio internacional muito vinculado à indústria bélica? Quem criou o apagão satelital agora clama para segurança? O artigo é de Beto Almeida.

O candidato presidencial pelo PSDB tem insistido na crítica à atual política externa brasileira, à proposta da integração latino-americana. Foca na Bolívia, sobretudo, acusando o presidente Evo Morales de conivência com o narcotráfico. E critica também o governo Lula-Dilma por não adotar medidas de segurança mais eficazes no combate ao tráfico de drogas.

Porém, lembramos algumas medidas adotadas no governo da dupla FHC-Serra que diluíram a níveis gravíssimos a capacidade do estado de praticar indispensáveis políticas de soberania. Tomemos a privatização da Embratel. Com ela, todas as comunicações governamentais e de segurança nacional, além da cobertura nacional das TVs, que passam pelos antigos Brasil-SAT da empresa, estão hoje sob controle de consórcio internacional. Basta uma ligeira modificação no posicionamento dos satélites, por sabotagem ou por erro técnico - atenção para a elasticidade do termo - para causar um apagão em todo o território nacional. A informação é importante para compreender que concepção de segurança o ex-ministro de FHC está a alardear hoje.

Muito recentemente, com a aprovação da nova Estratégia Nacional de Defesa, a preocupação de importantes segmentos militares com aquela extravagante vulnerabilidade externa criada pela privatização-desnacionalização da Embratel, está sendo resolvida pelo governo atual. Por iniciativa da Aeronáutica, já há o planejamento para um satélite brasileiro, geoestacionário, por onde trafegarão as comunicações militares e governamentais, hoje sob comando de consórcios vinculados a operações militares destinadas a sustentar o expansionismo dos interesses do EUA sobre o Iraque, o Afeganistão e, bola da vez, o Irã, todos riquíssimos em energia. Como sabemos, estas grandes empresas registram grande vinculação com a indústria bélica, fonte de todas suas encomendas.

Assim, cabe perguntar se serão diferentes os interesses e o modo de operação de mecanismos como a Embratel, por parte dos EUA, em relação a um país do porte e das riquezas estratégicas do Brasil, considerando a grande escassez energética do gigante norte-americano? Será que os EUA atuarão com pleno respeito às leis do mercado e também às leis internacionais, quando, num momento de tensão ficarem consignadas as grandes divergências que possui com o Brasil em matéria de política internacional, aliás, como assinalou a Secretária Hillary Clinton?

Há segurança com apagão satelital?
É diante deste quadro de complexidades crescentes - num mundo que cada vez mais comprova não ser o terreno para meigos - que por proposta do Brasil foi criado o Conselho de Defesa Sul-Americana. Detalhe fundamental: sem a presença dos EUA. Ato contínuo, os EUA revitalizaram a sua Quarta Frota. Como avaliar então a extensão e a profundidade da preocupação do ex-ministro José Serra para com a segurança nacional se, quando ministro de FHC, participou desta espantosa política de desarmamento unilateral que é como pode ser chamada a desnacionalização da Embratel e a entrega de informações militares e governamentais brasileiras para o controle de um consórcio internacional muito vinculado à indústria bélica? Quem criou o apagão satelital agora clama para segurança?

Vale lembrar que tanto a Venezuela, que já lançou o seu satélite próprio, Simon Bolívar, como a Bolívia, que está preparando o seu equipamento próprio, a partir de cooperação com a China, hoje uma potência espacial, sinalizam o quanto o Brasil terá andado na contra-mão na imprescindível caminhada de possuir um sistema soberano de informação. Aliás, vale lembrar que foi em 1961, a partir de visita do presidente João Goulart à China que nasce o interesse do Brasil pela exploração espacial. Muitos fatores intervieram, sobretudo intervenções externas, para atrasar ao máximo o lançamento oficial do Programa Espacial Brasileiro, apenas em 1979. Enquanto isso, comparemos, a China Popular foi do ábaco ao computador, foi do estágio agrícola a tornar-se uma potência espacial, lançando naves ao espaço sideral.

Por obra de valorosos brasileiros preservamos o Programa Espacial Brasileiro e, agora, com uma política inversa áquela praticada pela dupla FHC-Serra, o Brasil já está em condições de dedicar mais prioridade política e orçamentária a programas de desenvolvimento das novas possibiliades, aproveitando suas grandes vantagens comparativas, para buscar ingressar no seleto e fechado clube das super-potências espaciais. E também para reativar e fortalecer outro importante programa também relacionado à soberania nacional, o programa nuclear, que, há pouco, recebeu volume inédito de recursos por decisão de um presidente que quando criança, por pouco escapou da morte ao ser mordido por uma égua enfezada. Assim como escapou da pena de morte generalizada representada pela miséria que durante décadas executou implacavelmente crianças pobres nordestinas.

Esvaziamento ou inchaço?
Por falar em segurança também é importante lembrar por quanto tempo a Polícia Federal ficou sem realizar concursos públicos quando Serra era ministro, período em que o FBI passou a ter um módulo seu, dentro das instalações da DPF em Brasília, um edifício cujo acesso é vedado a policial brasileiro, conforme denunciou reiteradas vezes a revista Carta Capital em 2000 e 2001.

O Brasil, com quase 200 milhões de habitantes, tem nos quadros de sua Polícia Federal, cerca de 50 mil profissionais. Para se dimensionar o esvaziamento da máquina pública pelas políticas neoliberais, o Canadá, com pouco mais de 20 milhões de habitantes, tem na Polícia Federal um efetivo de 180 mil homens. Agora, registramos a retomada dos concursos públicos pela dupla Lula-Dilma, procedimento que é visto pela crítica neoliberal como inchaço da máquina....

É claro que não se pode pensar em segurança e defesa se não há controle de fronteiras, infra-estrutura moderna, incluindo meios de transporte e suas indústrias ferroviária e aeronáutica, ambas privatizadas e desnacionalizadas na década passada. E Forças Armadas de fato armadas.

Irã
Mas, como a crítica do candidato tucano alcançou o Irã, uma pequena nota divulgada hoje ajuda a jogar luzes seu posicionamento. Trata-se de uma advertência dos EUA ao Brasil, lembrando que as sanções impostas ao Irã incluem a proibição da venda de etanol à nação persa. Fica claro então que as sanções visam não apenas manter o monopólio da tecnologia nuclear em mãos das potências nucleares, como também prejudicar o relacionamento econômico do Irã com diversos países, incluindo o Brasil.

O ex-ministro da Saúde, no episódio, é colhido na posição contrária ao desenvolvimento tecnológico das nações emergentes no terreno nuclear. Posicionamento que, se hoje é contra o Irã, amanhã pode ser perfeitamente lançado contra o Brasil, já que há muitas insinuações de estranhos porta-vozes das grandes potências de que o Brasil também estaria pretendendo ter a sua bomba atômica. Não precisa ser verdade. Lançou-se devastadora agressão militar contra o Iraque com base em mentiras, hoje reconhecidas, de que aquela nação árabe possuía armas de destruição em massa.

Revisão necessária em curso
Só muito recentemente aquela política de desarmamento unilateral vem sendo revista com robustez. A Estratégia Nacional de Defesa, o reforço orçamentário ao Programa Nuclear Brasileiro, o apoio consistente ao Programa Espacial Brasileiro, a retomada dos concursos públicos para equipamento da Polícia Federal, a criação do Sistema de Rastreabilidade dos Medicamentos combatendo com tecnologia avançada o contrabando e a falsificação, a retomada da Telebrás Estatal, são algumas das medidas que apontam para esta revisão. Vale citar a regulamentação da lei do tiro de interceptação de naves que penetram ilegalmente as fronteiras brasileiras, nunca regulamentada no governo anterior, estimulando sua prática, já que os militares brasileiros nada podiam fazer além de constatar a ilegalidade.

Há a necessidade de muitas outras medidas. Mas, uma delas, é inescapável lembrar aqui, embora tenha sido apresentada durante da Conferência Nacional de Comunicação, sem ter tido o número de votos necessários à aprovação: a retomada do controle da Embratel para o estado brasileiro. Ou será admissível num mundo de tensas e complexas tensões, e de crescentes divergências do Brasil com os EUA, como nos advertiu Hillary Clinton, imaginar, candidamente, que mesmo em situações de impasse e de conflitos que envolvam a soberania nacional, os atuais donos da empresa, que controla informações governamentais e militares brasileiras, atuarão com lealdade e sinceridade ante os interesses nacionais?

Para os que desnacionalizaram a Embratel, entre eles o ex-ministro Serra, provavelmente sim. Eles o fizeram. Para a ex-ministra Dilma, que atuou intensamente para, a partir da Casa-Civil, dar sustentação e viabilidade á nova Estratégia Nacional de Defesa, possivelmente não. Não creio sejam estas diferenças secundárias entre os dois. E, certamente, ajudam a medir o alcance do discurso do candidato tucano quando aborda o tema segurança.



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cortando na carne & estratégias

Miguel do Rosário - Óleo do Diabo

Fácil não foi. Engolir Hélio Costa, em Minas Gerais, e Roseana Sarney, no Maranhão, foram os desafios mais difíceis e traumáticos para a militância petista. Mas o PT precisava consolidar o apoio do PMDB e, com isso, enfiar mais uma estaca no peito do adversário.

Política é um processo que envolve muita estratégia e humildade. O PT cresceu muito nos últimos anos. Em 2011, será provavelmente o maior partido do Congresso Nacional e, ganhando Dilma, seguirá ocupando a presidência da república quiçá por mais oito anos. Com tantos dedos precisando de cuidados, deve ter a sabedoria de não querer todos os anéis para si.

As eleições deste ano têm uma importância que ultrapassa as questões regionais. Os interesses em jogo desta vez são realmente pesados. Uma vitória de Serra representaria um retrocesso dramático para a política de integração sulamericana e para as articulações geopolíticas das nações emergentes.

Prefiro, contudo, não ser tão fatalista. Os povos sulamericanos já conviveram com inúmeras derrotas, mas sua combatividade nunca esmoreceu. Seguiram lutando, incansavelmente, até porque, para eles, política não é dilentantismo. É luta de vida ou morte. Uma eventual derrota no Brasil seria um passo atrás, mas as forças populares logo se rearticulariam e, mais animadas que nunca, voltariam às trincheiras para defender seus direitos.

Seja como for, Dilma Rousseff desponta, nestas eleições, como grande favorita. O PT até agora vem fazendo tudo certo. Os erros foram mínimos. O caso do dossiê fantasma, por exemplo, teve uma função salutar: foi um exercício de guerra. Perdeu-se um soldado, mas isso faz parte do jogo. A saída de Lanzetta, articulada rapidamente, esvaziou o discurso da oposição midiática. É incrível a força da mídia para estigmatizar uma pessoa. O Globo e a Veja acharam a fotinha mais horrorosa possível de Lanzetta, com barba por fazer e os olhos inchados, e a mostravam regularmente, apavorando as recatadas senhoras de classe média que ainda tem coragem de acompanhar o noticiário.

O próximo passo das forças aliadas é impedir que o PSDB se alie ao PP, o que já está conseguindo. Se conseguir quebrar o acordo já meio que firmado entre tucanos e o PSC, ótimo. Mas nem é tão necessário. Apenas com as alianças que já possui, Dilma deverá ter quase o dobro do tempo de televisão de José Serra. Com isso, poderá neutralizar grande parte dos ataques vindos da mídia conservadora.

Não há muita novidade nas estratégias de Serra. Ele tentará golpes sujos e seus aliados são, como sempre, a Veja e os jornalões, que pautam as redes de TV e toda a imprensa nacional.

O inimigo mais perigoso ainda é a Rede Globo, que tem efetivamente poder para causar um abalo de última hora, a famosa "bala de prata". Mas, como já disse, o enorme tempo de TV à disposição de Dilma lhe dá alguma segurança também nessa batalha.

E a blogosfera, perguntarão vocês? Qual será seu papel?

Ela será fundamental na condução da luta ideológica, sobretudo entre as classes mais instruídas. O próprio fato de Serra ter força entre as elites confere à blogosfera uma função primordial. À blogosfera de esquerda caberá confundir, desmobilizar e, por fim, trazer para seu lado, os soldados à serviço da plutocracia. Recente pesquisa nos mostrou que cerca de 90% dos profissionais da imprensa apóiam Lula. Eles estão silenciosos, apáticos e acovardados, diante da brutalidade opressiva que tomou conta das redações.

A campanha na blogosfera, feita em alto nível, pode fazer com que esses jornalistas e outros profissionais, que vivem à sombra da aristocracia patronal, vislumbrem em si mesmos um brilho de liberdade e altivez, e se não podem passar para o outro lado das trincheiras, poderão, ao menos, fazer corpo mole e não contribuir para a vitória de seus algozes. O samba e a capoeira ecoam alto nas senzalas de todo Brasil, mas nem todos na Casa Grande estão assustados. As mocinhas elegantes, que jantam, silenciosas, junto ao pai severo, batem o pé, discretamente, por baixo de suas enormes saias rendadas.